segunda-feira, 31 de maio de 2010

Tabajaras.



O etnônimo tabajara é uma das muitas armadilhas que a historiografia colonial deixou como herança para a etnologia brasileira. Registrado em diversos lugares e períodos diferentes, a correlação entre o nome e um grupo específico é muito tênue e pode nos trazer mais problemas do que soluções. Desse modo, preferimos operar seguindo a ideia de que este termo seja muito mais uma adscrição classificatória, utilizada em contextos delimitados, do que um grupo substantivamente definido. Inclusive, esta parece ser a direção corrente na literatura antropológica atual.

Segundo Fausto, (1992, p. 384, 385 e 391) o termo Tobajara, era uma categoria classificatória dos povos tupi que servia para denominar aqueles grupos com os quais podiam estabelecer relações de reciprocidade ou de guerra alternadamente, advindo daí a sua dupla tradução como cunhado e inimigo.

Tentamos, neste ponto, desnaturalizar as ideias a respeito de uma suposta unidade e diferenciação indígena em grupos bem delimitados e segmentados, que estaria representada em seus etnônimos. Pois, “Longe de ser uma profunda expressão da unidade de um grupo, um etnônimo resulta (geralmente) de um acidente histórico, que frequentemente é conceitualizado como um ato falho, associado a um jogo de palavras e com efeito de chiste” (Oliveira, 1999, p. 172. Parênteses nossos). Ainda mais nos casos dos encontros e desencontros coloniais, nos quais os jogos de interesses e as guerras provocavam constantes mudanças sociais, com grupos se fragmentando, se reunindo e mudando de lado . Por isso, nesta análise histórica optamos por tratar do etnônimo tabajara e não da etnia Tabajara, evitando reificar eventos e menções que talvez tenham existido apenas no momento da escrita colonial e que não correspondiam às divisões correntes entre os indígenas.

De acordo com Silva (2003) os termos Potiguara, Tabajaras e Caetés, que aparecem nas crônicas coloniais de Pernambuco têm mais a ver com posições assumidas pelos grupos indígenas na relação com os colonos portugueses do que com divisões estanques entre os grupos, podendo estes mudar de nome de acordo com as mudanças nas alianças políticas.
Com um histórico de alianças com os portugueses, os Tabajara são “leais”, “valentes”, “fortes”, com ações de tanto valor, destreza, ousadia e esforço. A conversão para a fé católica também é apresentada como um ingrediente a mais no diferencial em relação aos outros grupos, e por fim, a referência aos “capitães heróis”, desde o tempo de Duarte Coelho, completa a construção da figura mítica para o grupo.(2003, p. 35).

Fonte:



segunda-feira, 24 de maio de 2010

Os povos indigenas do Ceará.

Nome: Outros nomes: Idioma: Estado: População:


Jenipapos-canindés Jenipapo-Kanindé Português Ceará 220

Calabaças Calabassa Não informado Ceará Não informado


Canindés Kanindé Português Ceará Não informado

Cariris Kariri Português Ceará Não informado

Pitaguaris Pitaguary Português Ceará 871

Tabajara De-poranga Português Ceará Não infomado

Tapeba Não existe Português Ceará 2.491

Tremembés Queimadas Português Ceará 5.000

Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_povos_ind%C3%ADgenas_do_Brasil

Povos Indigenas no Brasil: Sociedade


Estima-se, com base nas fontes históricas disponíveis, que no começo do século XVI a população autóctone que vivia dentro do território onde posteriormente se consolidariam as fronteiras do Brasil chegava a 5 milhões de indivíduos.


Ao longo de séculos de contato com a civilização ocidental, aquele contingente indígena inicial sofreu contínuo processo de redução populacional que provavelmente durou até o fim da década de 1950.


A partir de então houve uma recuperação demográfica, facilitada pela demarcação - ainda inconclusa - das terras tradicionalmente ocupadas pelos grupos indígenas, e pela extensão de serviços de assistência prestados pelos órgãos do estado, missões laicas e religiosas.


A população indígena do Brasil alcança hoje o número de 325.652 indivíduos. Esse número tende a crescer diante da continuidade dos mecanismos de proteção de taxas de natalidade superiores à média nacional.


Essa população está distribuída em cerca de 215 etnias, que falam cerca de 170 línguas distintas. A classificação lingüística reconhece a existência de dois troncos principais (tupi e macro-jê) e de outras seis famílias lingüísticas de importância significativa (aruak, arawá, karib, maku, tukano e yanomami), além de muitas línguas sem filiação definida.


Cerca de 60% da população indígena brasileira vive na região designada como Amazônia Legal, mas registra-se a presença de grupos indígenas em praticamente todas as unidades da Federação. Somente no Rio Grande do Norte, no Piauí e no Distrito Federal não se encontram grupos indígenas.
Fonte:

Povos Indigenas no Brasil: Cultura


Há grande diversidade cultural entre os povos indígenas no Brasil, mas há também características comuns:
•A habitação coletiva, com as casas dispostas em relação a um espaço cerimonial que pode ser no centro ou não;
•A vida cerimonial é a base da cultura de cada grupo, com as festas que reúnem pessoas de outras aldeias, os ritos de passagem dos adolescentes de ambos os sexos, os rituais de cura e outros;
•A arte faz parte da vida diária, e é encontrada nos potes, nas redes e esteiras, nos bancos para homens e mulheres, e na pintura corporal, sempre presente nos homens;
•A educação das crianças se faz por todos os habitantes da aldeia, desde cedo aprendem a realizar as tarefas necessárias à sobrevivência, tornando-se independentes.
A família podia ser monogâmica ou poligâmica. Deixaram forte herança cultural nos alimentos, tendo ensinado o europeu a comer mandioca, milho, guaraná, palmito, pamonha, canjica; nos objetos, suas redes e jangadas, canoa, armadilhas de caça e pesca; no vocabulário: em topônimos como Curitiba, Piauí, etc; em nomes de frutas nativas ou de animais: caju, jacaré, abacaxi, tatu. Ensinaram algumas técnicas como o trabalho em cerâmica e o preparo da farinha. E deixaram no brasileiro hábitos como o uso do tabaco e o costume do banho diário.
No Brasil colonial os portugueses tiveram como aliados os índios aldeados, os quais se tornaram súditos da Coroa.
Fonte:

Povos Indigenas no Brasil: Território


A definição de áreas de proteção às comunidades indígenas foram lideradas por Orlando Villas Bôas que em 1941 lançou a expedição chamada Roncador-Xingu. Em 1961 foi criada a primeira reserva, o Parque Indígena do Xingu com forte atuação de Villas Bôas, seus irmãos Leonardo, Cláudio, Marechal Rondon, Darcy Ribeiro, entre outros, para que a natureza, os povos nativos da região, suas culturas e costumes fossem preservados. O modelo de criação das reservas indígenas mostrou-se como um dos únicos meios para que a cultura, os povos pré-coloniais remanescentes e mesmo a natureza sejam preservados nessas reservas. Em 1967 foi criada a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), que passou a definir políticas de proteção às comunidades indígenas brasileiras.

Parque Indígena do Xingu, uma das reservas indígenas brasileiras.
A demarcação de reservas indígenas é muitas vezes cercada de críticas favoráveis e desfavoráveis por vários setores da mídia e pela população afetada. O modelo das reservas indígenas demarcadas pela FUNAI difere no modelo norte-americano onde as terras passam a pertencer aos povos indígenas. No Brasil as reservas indígenas demarcadas pela FUNAI pertencem ao governo brasileiro para usufruto vitalício dos índios, não havendo portanto como associá-las a uma perda de soberania. Uma crítica comum sobre as reservas indígenas brasileiras considera a atuação de ONGs nacionais e internacionais junto às comunidades indígenas sem que se tenha o conhecimento preciso da natureza da atuação dessas organizações. Nesse sentido controles mais rígidos sobre a atuação das ONGs junto às comunidades indígenas estão sendo estudados.
Fonte:

segunda-feira, 17 de maio de 2010

População do Brasil.Parte 3.



População brasileira e sua estrutura

Com a queda das taxas de natalidade e de mortalidade, acompanhada do aumento da expectativa de vida da população brasileira, a pirâmide de idade vem apresentando uma significativa redução de volume na base, e um aumento da participação percentual das pessoas adultas. A redução da participação dos jovens no conjunto total da população, porém, foi acompanhada pelo esfacelamento dos sistemas públicos de educação e saúde e de um brutal agravamento do processo de concentração de renda. Num futuro próximo, grande parcela desses jovens se transformará em mão-de-obra desqualificada e mal remunerada.

Quanto a distribuição da população brasileira por sexo, o país se insere na dinâmica global: nascem cerca de 106 homens para cada 100 mulheres, mas a taxa de mortalidade masculina é maior e a expectativa de vida, menor.

Uma parcela significativa da PEA trabalha no setor primário da economia, o que retrata o atraso da agricultura.

Um percentual de 20% da PEA no setor secundário indica que o país possui um grande parque industrial.

Já o setor terciário, no Brasil, 55,5% da PEA dedica-se ao setor, mas é óbvio que grande parte desses trabalhadores não está efetivamente prestando serviço aos demais habitantes.

Quanto a distribuição de renda, o Brasil apresenta uma das maiores concentração do planeta.

A PEA e a distribuição da renda no Brasil

A participação dos pobres na renda nacional diminuiu e a dos ricos aumentou até 1990. Essa dinâmica perversa foi estruturada principalmente no processo inflacionário de preços. E num sistema tributário pelo qual a carga de impostos indiretos que não distinguem faixas de renda, chega a 50% da arrecadação. Os impostos diretos que possuem alíquotas progressivas, diferenciadas segundo a renda, ou são incluídos no preço das mercadorias e tornam-se indiretos para os consumidores ou são simplesmente sonegado.




No que diz respeito a composição da PEA por sexo, há uma grande desproporção: em 1996, apenas 40% dos trabalhadores eram do sexo feminino, enquanto a situação que se verifica nos países desenvolvidos é uma participação igualitária, de 50%. A inserção da mulher no mercado de trabalho, no Brasil, está ligada fundamentalmente a perda de poder aquisitivo dos salários e a conseqüente necessidade de ela trabalhar para complementar a renda familiar.

Tal situação permite que parte dos empresários prefira, em diversas atividades, a mão-de-obra feminina, que por necessidade de trabalho se sujeita a salários menores que os pagos a homens, mesmo exercendo função idêntica na mesma empresa.

Os movimentos internos

Os movimentos migratórios estão ligados a fatores econômicos, desde o tempo da colonização. Quando terminou o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste e teve inicio o ciclo de ouro, em Minas Gerais, houve um enorme deslocamento de pessoas e um intenso processo de urbanização no novo centro econômico do país. Graças ao ciclo do café e, posteriormente, com o processo de industrialização, a região Sudeste pôde se tornar efetivamente o grande pólo de atração de migrantes.

Qualquer região do país que receba investimentos produtivos, públicos ou privados, que aumentem a oferta de emprego, receberá também pessoas dispostas a preencher os novos postos de trabalho.

Atualmente, São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais que menos crescem no Brasil. Em primeiro lugar, aparecem algumas capitais de estado da região Norte, localizadas em áreas de grande expansão das atuais fronteiras agrícolas do país. Em seguida, vem a capital nordestina e, finalmente, as do Sul do Brasil.

Êxodo rural e migração pendular

De meados da década de 50 até o final dos anos 70, o Brasil sofreu um intenso êxodo rural, ou seja, a saída de pessoas do campo em direção as cidades. Como essas cidades não receberam investimentos públicos em obras de infra-estrutura urbana passaram a crescer em direção a periferia, onde eram construídos enormes favelas e loteamento clandestinos, sobretudo ao redor dos bairros industriais. Esse processo levou ao surgimento das metrópoles, onde ocorreu uma migração diária entre os municípios, fenômenos conhecidos como migração pendular. Para a população que realiza esse movimento diário, a reestruturação dos transportes coletivos metropolitanos é urgente.

População do Brasil.Parte 2.


As principais correntes imigratórias para o Brasil


Segundo as estimativas, caucula-se que ingressaram no país pelo menos quatro milhões de negros de 1550 a 1850, a maioria provenientes de Angola, ilha de São Tomé e Costa do Marfim.


Dentro as correntes imigratórias a mais importante foi a portuguesa.Esses imigrantes espalharam-se por todo território nacional.Com a consequente melhoria das condições de vida nesse país, eles se tornou área de atração de imigrantes brasileiros.


Segunda maior corrente de imigrantes livres foi a italiana. Em terceiro lugar, apareceram os espanhóis e, em quarto, os alemães. A partir de 1850. a expansão dos cafezais pelo Sudeste e a necessidade de efetiva colonização da regiçao Sul levaram o governo brasileiro a criar medidas de incentivo a vinda de imigrates europeus para substituir a mão-de-obra escrava.


Embora atraente, a propaganda governamental escondia uma realidade perversa: ao fim de um ano de trabalho duro nas lavouras de café, quando o imigrante deveria receber seu pagamento, era informado de que seu salário não era suficiente sequer para pagar as despesas de transporte mais dos alimentos consumidos ao longo do ano. Era a escravidão por divida, comum até hoje em vários estados do Brasil.


Outra grande área de atração de imigrantes europeus, com destaque para portugueses, italianos e alemães, foi o sul do país. Nessa região, os imigrantes ganhavam a propriedade da terra, onde fundaram colônias de povoamentos que prosperaram.

Em 1908, aportou em Santos a primeira embarcação trazendo colonos japoneses para trabalharem nas lavouras de café do interior do estado de São Paulo. As diferenças de língua, religião e cultura, associados ao receio de serem novamente escravizados, levaram os japoneses a criar núcleos de ocupação pouco integrados a sociedade como um todo. Eles respondem por aproximadamente 5% do integrado total de imigrantes livres que ingressaram no país.

Fazendo o caminho inverso de seus ancestrais, estão imigrando em direção ao Japão, onde trabalham em linhas de produção, ocupando posições subalternas, renegadas por cidadãos japoneses.

Entre as correntes migratórias de menor expressão numérica, destaca-se os eslavos, na região de Curitiba; os Chineses e os coreanos, na capital paulista, espalhado pelo país.

Atualmente, no Brasil o total de imigrantes é maior que o numero de pessoas que ingressam no país. Como a maioria dos imigrantes entra clandestinamente nos países a que se dirigem, há apenas estimativas precárias quanto ao volume total de imigração. Para ter uma idéia, apenas em Nova Iorque residem cerca de 120 mil brasileiros.

O crescimento vegetativo da população brasileira

O crescimento vegetativo ou natural corresponde a diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade. Foi somente a partir da década de 60 que o crescimento vegetativo passou a diminuir.

Se taxa de mortalidade apresentar uma queda maior que a verificada na taxa de natalidade, o crescimento vegetativo aumenta. Logo após a segunda guerra mundial, em todos os países, houve uma queda brutal nas taxas de crescimento vegetativo, portanto, aumentou significativamente.

A taxa de mortalidade brasileira já atingiu um patamar próximo a 6%, tendendo a se estabilizar por algumas décadas e, posteriormente, crescer, chegando a 8 ou 9%.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

População do Brasil.


Até o início de 2010, a população do Brasil totalizava 192.304.735 habitantes, esse elevado contingente populacional coloca o país entre os mais populosos do mundo. O Brasil ocupa hoje o quinto lugar dentre os mais populosos, superado somente pela China (1,3 bilhões), Índia (1,1 bilhões), Estados Unidos (314 milhões) e Indonésia (229 milhões).

A população brasileira está irregularmente distribuída no território, pois há regiões densamente povoadas e outras quase desertas. A população brasileira se estabelece de forma concentrada na região Sudeste, com cerca de 80.915.332 habitantes; o Nordeste abriga aproximadamente 53.591.197 habitantes, o Sul acolhe cerca de 28 milhões, além das regiões menos povoadas, região Norte com 15.359.608 e Centro-Oeste com 13,8 milhões de habitantes.

A irregularidade na distribuição da população fica evidente quando se analisa alguns dados populacionais de regiões ou Estados. Somente o Estado de São Paulo concentra cerca de 40 milhões de habitantes que correspondem às populações da região sul, norte e centro-oeste juntas.

A população brasileira está distribuída em um extenso território, com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, em virtude disso a população relativa é modesta, com cerca de 22,5 hab/Km2, o dado apresentado classifica o país como pouco povoado, apesar de ser populoso diante do número da população absoluta.

O sudeste é a região mais populosa do país por ter ingressado primeiramente no processo de industrialização, e hoje encontra-se desenvolvida economicamente e industrialmente. O surgimento da indústria no sudeste foi primordial para a urbanização e a concentração populacional na região, pois tornou-se uma área de atração para trabalhadores de diversos pontos do país.

Em relação à densidade demográfica, a região sul ocupa o segundo lugar, as causas dessa concentração se devem principalmente pelo fato da região ser composta por apenas três estados e pela riqueza contida nos mesmos que proporciona um elevado índice de urbanização.

O nordeste é a segunda região mais populosa, no entanto, a densidade demográfica é baixa, proveniente da migração ocorrida para outros pontos do Brasil, ocasionada pelas crises socioeconômicas comuns nessa parte do país.

O centro-oeste ocupa o quarto lugar quando se trata de população relativa, isso é provocado pelo tipo de atividade econômica que está vinculada à agropecuária e que requer pouca mão-de-obra.
Os imigrantes entram no Brasil:

A imigração para o Brasil iniciou-se em 1530, o país se encontrava na fase pré-colonial. Os portugueses que vinham para cá estavam interessados apenas na extração de recursos naturais em nosso território para comercializa-los na Europa.Houve a fixação de portugueses e escravos negros no país, sobretudo no litoral dos atuais estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Pernambuco.

Com a abertura dos portos, em 1808, foi permitida a entrada de imigrantes livres europeus de outras nacionalidades, pois até então apenas os portugueses podiam se fixar no Brasil.

Com a proibição do trafico negreiro, maior desenvolvimento das atividades cafeeiras e urbano-industriais e facilidade de acesso a posse de terra na região Sul. O Brasil se tornou um território para os imigrantes europeus. Vale destacar que os Estados Unidos e a Argentina receberam mais imigrantes que o Brasil, por oferecerem maiores possibilidades de ascensão social aos colonos.

De 1850 a 1930, observou-se uma enorme entrada de imigrantes no país para suprir as necessidades de mão-de-obra nas lavouras cafeeiras, nos centros urbanos-industriais e no processo de povoamento da região Sul.

Com a grise mundial de 1929, as regiões do país de economia agrário-exportadora entraram em colapso. A principal crise foi a do café. A região de Ilhéus passou pela crise do cacau e o restante da Zona da Mata nordestina sofreu com a brusca queda na exportação de açúcar. A região Sul, que passou por uma colonização de povoamento, tinha sua economia voltada para o mercado interno e sofreu menos com essa crise.

Em 1934, observando esse excedente interno de mão-de-obra, o governo Getúlio Vargas criou a lei de Cotas de imigração e passou a controlar a entrada de estrangeiros no país, para evitar que o índice de desemprego aumentasse a instabilidade dos últimos 50 anos, segundo a nacionalidade. Essa lei não foi aplicada aos portugueses, cuja entrada permaneceu livre.

A lei de Cotas apenas restringia a entrada de imigrantes. A restrição, não era somente numérica, mas também ideológica. Se o imigrante demonstrasse tendência anarco-sindicalista, por exemplo, era impedido de entrar no país. Além disso, 80% dos imigrantes aceitos eram obrigados a trabalhar na zona rural.

Durante o mandato democrático de Getúlio Vargas e no governo de Juscelino Kubitschek, ocorreu maciça entrada de investimentos produtivos estatais e estrangeiros, que ampliaram o volume de empregos nos setores secundários e terciários.

De 1980 a 1994, aproximadamente, a imigração superou numericamente a imigração em função da instabilidade política, do desemprego e dos baixos salários; de 1994 a fevereiro de 1999, estima-se que houve equilíbrio entre a entrada e a saída de pessoas.